sobre a peça Negrinha monólogo criado por Sara Antunes dirigido por Luiz Fernando Marques e com arte e figurino Renato Bolelli Rebouças

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ricardo Castro sobre Negrinha



Quando jovem, muito jovem, meus amigos todos faziam coleções e eu pensava o que colecionar? Cores! Pronto. Era isso. Cores! Sempre me comoveu o contraste de olhos e pelos, peles e marcas, sinais, manchas, cicatrizes... Hoje fui ao teatro pra ver uma grande atriz que eu já sabia assim! Lá eu encontrei uma branca, chamada aqui na minha Bahia de pouca tinta, uma atriz branca que completou minha coleção! Encontrei em Negrinha todas as cores que um talento pode ter. Todas! Em volta dela texturas, sons, chamas de velas, pessoas de todas as cores e uma equipe que faz colorir cinema mudo! Erlon e Paulo! Vocês são de todas essas cores que eu preciso pra acordar todos os dias! Sara! Sabe que cor eu sou depois da sua presença? A sua minha negrona! Eu sou a nossa cor de colorir palcos e mentes e corações e desejos e liberdades e futuros que se forem desbotados, basta uma lembrança dessa noite com vcs e vira furta cor. Furta dor. Furta tempo. Furta mediocridade e mais do que tudo furta essa de que cor a gente é. Eu sou colorido. Eu sou Negrinha!

Obrigado por me confirmar meu ofício!

Obrigado pelo carinho e respeito de vcs!

de todas as cores

Ricardo Castro

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