sobre a peça Negrinha monólogo criado por Sara Antunes dirigido por Luiz Fernando Marques e com arte e figurino Renato Bolelli Rebouças

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NEGRINHA RIO DE JANEIRO CASA DA GÀVEA

NEGRINHA

Foto: divulgação

SESC Rio Casa da Gávea - Sara Antunes (foto)

Por Sabrina Schemberg

Depois de percorrer o Nordeste, a peça reestreia em curta temporada na
Casa da Gávea

28 de agosto a 26 de setembro de 2010

Órfã aos sete anos, uma menina nascida na senzala vivia os abusos da patroa na época da abolição. Uma infância de maus tratos e castigos. Assim viveu Negrinha, personagem de Monteiro Lobato, no conto de mesmo nome, escrito em 1920. Inspirados no texto, o diretor teatral Luiz Fernando Marques e a atriz Sara Antunes se uniram na concepção do monólogo Negrinha, que após percorrer diversas cidades no Nordeste, volta ao Rio para curta temporada na Casa da Gávea, a partir do dia 28 de agosto.

Em cena, Sara vive a menina negra que não tem nome e é chamada pelo apelido que identifica sua raça, no diminutivo. Com afeição pelas cores, em especial pelas das pessoas, a criança chama todos ao seu redor também pelas tonalidades que enxerga, ressaltando de imediato a crítica presente no texto: o preconceito da cor. "O conto serviu como ponto de partida para a criação de uma dramaturgia própria", explica a atriz.

A montagem apresenta uma experiência sensível, como uma imersão ao universo de Negrinha, através de sons e cheiros, resultado de uma profunda pesquisa. Como uma viagem no tempo, ao entrar na Casa da Gávea, o público encontrará a Casa Grande, com cadeiras e poltronas de época, e a Senzala, com esteiras e tocos de madeira. A iluminação é feita por velas, onde sombras e luzes atuam ao lado da atriz. Negrinha é um trabalho artesanal, voltado para o preciosismo das palavras, objetos e figurinos, para realçar novas nuances dessa história.

Criada em 2007 com incentivo do Programa de Ação Cultural (PAC), a peça surgiu da necessidade de fazer ecoar, pela voz baixa e frágil de uma menina, um momento crucial da história do Brasil: o fim da escravidão. O monólogo evidencia um país que a história oficial não relata, pois traz a perspectiva de uma criança: uma “negrinha”, sem nome e sem futuro, aprisionada como um fantasma na casa grande.

O espetáculo aborda o fim da escravidão e a sociedade, através do olhar uma pequena escrava. Deste universo, surge a dimensão poética e lúdica, e ao mesmo tempo apavorante e cruel, de uma história real. Este imaginário oscila entre a sutileza do mundo infantil e a crueldade de como este pode ser destruído.

Negrinha estreou em setembro de 2007 na Vila Maria Zélia São Paulo e foi apresentado em Curitiba - Casa Vermelha (PR), SESC Ribeirão Preto (SP), Piracicaba (SP), Sorocaba (SP), Santos (SP), Espaço Parlapatões (SP), São José dos Campos, OC Oswald de Andrade (SP), Espaço SESC Copacabana (RJ) e Festival de Inverno Ouro Branco (MG), Belo Horizonte, Goiânia, FAU Maranhão (SP). Em 2008, a peça foi apresentada pela primeira vez no Rio, no Espaço SESC, em Copacabana. Em 2009, voltou à cidade para uma temporada no Casarão de Austregésilo de Athayde e foi apresentada em diversas cidades do Nordeste: Maceió, Salvador, Recife, João Pessoa e Natal. Ainda este ano, a peça será apresentada em Fortaleza e São Luís.

Texto: Sara Antunes. Atuação: Sara Antunes. Direção: Luiz Fernando Marques




São Pedro e Águas de São pedro em cena

4ª Mostra de Teatro São Pedro e Águas de São Pedro Em Cena

Publicado: 16/07/2010 por Rodrigo Alves em Teatro
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Começa nesta sexta-feira, 16, a 4ª Mostra de Teatro São Pedro e Águas de São Pedro Em Cena, com 21 espetáculos teatrais, seis oficinas e uma palestra. Tudo com entrada gratuita! As atividades acontecem no Museu Gustavo Teixeira, Praça Gustavo Teixeira e Cine Shopping (em São Pedro), além da avenida Carlos Mauro (em Águas).

Vou destacar aqui um espetáculo imperdível e que já esteve em Piracicaba no Centlo Cultulao (hoje Lao Bar & Bistrô) e no Teatro Municipal Dr. Losso Netto (em 2008, durante o 3º Fentepira, abocanhando os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Atriz e Melhor Cenário, fora mais três indicações). Neste blog, inclusive, fiz alguns comentáriosna época.

O espetáculo em questão é “Negrinha“, do Coletivo em Cor, com a interpretação da atriz Sara Antunes. A apresentação será na segunda-feira, às 21h, no Museu Gustavo Teixeira.

Apenas para reforçar o gabarito da apresentação: “Nunca viu Sara Antunes em cena? Precisa ver!”, é o que diz o Jornal da Tarde sobre o trabalho da atriz. “Uma pequena/grande jóia teatral” foi o título de uma crítica estampada em O Globo, quando Sara levou o espetáculo ao Rio de Janeiro. Aliás, nesta cidade, a atriz conquistou um belo papel no espetáculo As Meninas“, de Maitê Proença, e que tive a honra de assistir quando estava em férias por terras cariocas.

Baseado numa personagem de Monteiro Lobato e tirado de um conto homônimo, escrito em 1920, o espetáculo aborda o fim da escravidão e a sociedade, pela perspectiva de uma pequena escrava. Deste universo, surge a dimensão poética e lúdica, e ao mesmo tempo apavorante e cruel, de uma história real. Sara oscila entre a sutileza do mundo infantil e a crueldade de como este pode ser destruído.

NEGRINHA NATAL

UINTA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2010

A cor do olhar


Dramaturgia inspirada em conto de Monteiro Lobato explora preconceitos e sensações de uma “negrinha”

Uma menina negra que viveu num engenho de açúcar no fim da escravidão. Uma vela, uma boneca, grãos de café. Um fantasma que ainda atormenta a Casa-Grande, a “casa de açúcar” como ela gosta de chamar. A peça Negrinha teve como inspiração o conto homônimo de Monteiro Lobato – uma menina que mistura as memórias de sua vida com fantasias e revela, pela perspectiva de uma criança negra, as contradições de uma casa, de um tempo e uma história.

As dependências do Campus Avançado da Cidade Alta do IFRN incorporarão hoje a aura dos casarões do fim do século 19. Uma viagem ao tempo por 50 minutos para recriar um pedaço da história do Brasil: o fim da escravidão. Um momento não relatado nos livros e contado sob a ótica de uma criança sem nome e sem futuro, aprisionada como um fantasma na casa grande e chamada simplesmente de Negrinha. A peça começa às 20h, com temporada até sábado. A entrada é franca.

O monólogo polemiza também ao colocar uma atriz branca vivendo uma personagem negra. A atriz paulista Sara Antunes conta que a mensagem transmitida pela peça varia conforme a cidade. Os cenários, os tipos e o roteiro são adaptados aos costumes da região. No todo, o monólogo desperta reações contrastantes: risadas, comoções, medos, brincadeiras... A interação com o público é ativa e, assim como o diálogo do personagem, procura mostrar a beleza das cores longe do preconceito.

“Negrinha mostra que as cores poderiam ser mais bonitas. Ela, acostumada desde pequena ser chamada de negrinha, cria afeição pela cor das pessoas. E provoco o público a também chamar outros da plateia por cores que sejam semelhantes à sua tonalidade de pele. Isso provoca risadas, mas também reflexões”, diz a atriz. O imaginário das cores na criança demonstra a sutileza e ingenuidade infantil e também o quão cruel rótulos racistas podem se tornar.

A montagem se apresenta fora dos palcos convencionais para provocar uma experiência sensível no espectador. Uma imersão ao universo de Negrinha, através da arquitetura, sons e cheiros. O público encontrará a Casa Grande, com cadeiras e poltronas de época, e a Senzala, com esteiras e tocos de madeira. A iluminação é feita por velas, onde sombras e luzes atuam ao lado da atriz. Um trabalho artesanal voltado ao preciosismo das palavras, objetos e figurinos.

Sara Antunes diz que a peça procura objetos de época relacionados à história de cada região para compor o cenário. “Em Recife conseguimos oratórios e relíquias da época para montar a peça em um casarão com mais de 300 anos. Em João Pessoa encenamos em uma Casa Grande verdadeira. Em Salvador, como há um movimento negro atuante, os diálogos foram mais agressivos. E dessa maneira tentamos moldar o espetáculo à realidade local. Por isso, a montagem é feita por uma equipe da cidade”.

O casarão montado é repleto de detalhes espalhados em cada canto: grãos, uma boneca, fitas de amarrar o cabelo e muitos espelhos e reflexos. As luzes minúsculas de velas cansadas e manipuladas pelas mãos de Negrinha revelam cores amargas e produzem imagens confusas, assemelhadas a sombras e assombrações, de realidades históricas já apagadas da memória. É nesse ambiente um pouco fantasmagórico, enorme e abandonado onde vive Negrinha, as suas fantasias e as contradições de uma época.

“Câmara Cascudo diz que o nome inicia a existência religiosa e civil da criatura. Sem nome não há identidade social e individual. Assim, o que identifica Negrinha, sua cor, é negado por nós ao apresentarmos uma Negrinha “cor-de-leite”. Nesses estranhamentos, ora nas cadeiras de Senhores ora nas esteiras de escravos, que nos posicionamos no curso da criação”, conta o diretor Luiz Fernando Marques. E conclui: “Brincamos com fogo, com gente e com a memória de histórias que não deveríamos perdoar”.

Programação
O Campus Avançado da Cidade Alta do IFRN realiza ainda outros espetáculos de hoje a sábado, dentro do programa A Cor do Olhar. São ações destinadas a discutir e pensar as questões éticas da atualidade. O evento é uma realização dos alunos do 2º período do Curso de Tecnologia em Produção Cultural do IFRN, coordenado pelos professores do curso. Haverá exposição fotográfica, workshop, oficina, debate e apresentação de espetáculos teatrais, todos gratuitos. Confira detalhes de cada ação:

Exposição fotográfica “A multiculturalidade através das cores”, com Carlos Cartaxo/PB
A exposição, composta por 30 imagens, possibilita uma análise comparativa do Nordeste com um país africano através de uma ótica multicultural, geográfica e histórica.
Aberta a visitação de hoje a sábado, das 8h às 21h.

“Negrinha”, com a atriz Sara Antunes/SP
Inspirado no conto homônimo de Monteiro Lobato, o espetáculo Negrinha foi concebido pelo Grupo XIX de Teatro. A montagem conta a história de uma menina negra que não tem nome e é chamada pelo apelido que identifica sua etnia. A criança refere-se a todos ao seu redor pelas tonalidades que os enxerga, o que ressalta a crítica presente no texto: o preconceito da cor.
De hoje a sábado, às 20h. Retirada de ingressos no local, até 1h antes da peça.

Debate sobre questões étnicas
Após o espetáculo “Negrinha”, acontecerá uma conversa entre os presentes sobre as questões étnicas abordadas no monólogo. Contará com participação de professores, alunos do IFRN e integrantes de associações quilombolas do Estado.
Hoje, às 21h, após o espetáculo “Negrinha”.

Workshop "Ator, um autor de seu tempo" (com Sara Antunes, SP)
O workshop tematiza dinâmicas de improvisação, com o objetivo de criar uma vivência de criação do ator-autor, utilizando a música, a relação espacial e a memória afetiva de cada participante.
Amanhã, das 9h às 13h. Inscrições limitadas pelo e-mail centroculturalifrn@gmail.com

Oficina de Teatro do Oprimido
As oficinas de Teatro do Oprimido são espaços de sensibilização, vivência, conhecimento e difusão da metodologia do Teatro do Oprimido, preconizada pelo teatrólogo Augusto Boal.
Amanhã, das 13h às 17h. Inscrições limitadas pelo e-mail centroculturalifrn@gmail.com

Teatro Fórum com grupo “Filhos da Terra”/RN
O grupo é formado por jovens, do Quilombo Acauã, em Poço Branco/RN. A peça conta a história real de jovens deste quilombo que são segregados do sistema de transporte escolar por racismo.
Amanhã, às 19h. Retirada de ingressos no local, até 1h antes da peça

A Cor do Olhar
Quando: de hoje a sábado
Onde: Campus Avançado da Cidade Alta do IFRN (Av. Rio Branco, 743, Centro – antigo Prédio da TVU)
Contato: (84) 4009-0950 ou pelo e-mail centroculturalifrn@gmail.com

NEGRINHA NATAL

Senzala à luz de velas

Publicação: 08 de Julho de 2010 às 00:00
Maria Bethânea Monteiro - repórter

Portando um pequeno kit de sobrevivência e o conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato, a atriz Sara Antunes foi deixada em um casarão abandonado, datado do início do século XIX. Sara passou a noite na companhia de pombos mortos, ratos e insetos. Através da luz emanada de uma vela, um dos itens do kit de sobrevivência, ela percebeu os relevos sensoriais daquele que poderia ter sido o lar da Negrinha, personagem proposto por Monteiro Lobato. O resultado desta experiência seria utilizado em “Hysteria”, espetáculo do Grupo XIX, de São Paulo, do qual a atriz fazia parte, mas ao invés disso ganhou vida em seu corpo e em seu texto. No lugar de pombos, Sara conta com um público bem vivo, que desde 2007 vem prestigiando o trabalho da atriz. Aqui em Natal, o espetáculo “Negrinha” será encenado hoje, amanhã e sábado a partir das 20h, no IFRN – Campus Avançado da Cidade Alta (Antiga TVU).

DivulgaçãoO  espetáculo “Negrinha” será encenado hoje, amanhã e sábado no IFRNO espetáculo “Negrinha” será encenado hoje, amanhã e sábado no IFRN
Aguardando a montagem do cenário, realizada por alunos do segundo período do Curso de Tecnologia em Produção Cultural do IFRN, Sara Antunes recebeu o VIVER, falou sobre a concepção do espetáculo e relatou algumas experiências marcantes. Com uma fala bem tranqüila e o olhar de quem vela o mundo com pavio e cera multicores, ela disse que “aquele lado invisível, que esconde a memória do ator e abre as portas para o público entrar” está presente com muita intensidade nela e também no espetáculo.

A atriz disse que a experiência no casarão abandonado, somada a outras experimentadas em Cabo Verde, na África e a convivência com o seu pai (que viveu no continente africano) lhe renderam um repertório rico, que dialoga com o mote do conto de Monteiro Lobato: as agruras de uma menina negra sob os auspícios de uma “boa senhora” da Casa Grande.

A peça surgiu da necessidade de fazer ecoar, pela voz baixa e frágil de uma menina, de uma criança escrava que viveu num Engenho de Açúcar, um momento crucial da história do Brasil: o fim da escravidão. “Com a peça não quero tratar de questões do passado, mas da atual. Quero que as pessoas percebam até que ponto a história contada reverbera em cada uma delas”.

Evidenciar um Brasil que a história oficial não relata, sob a perspectiva de uma menina é o recurso dramatúrgico utilizado na peça. Uma “negrinha”, sem nome e sem futuro, aprisionada como um fantasma, na casa-grande, na “casa de açúcar” como é chamada por ela, no engenho onde produz a coisa mais doce e branca e onde se cultiva a escravidão e o preconceito “da cor”.

Unir o fim da escravidão, a percepção do mundo das cores, do engendramento social pela perspectiva de uma pequena escrava foi o desafio criado na construção do espetáculo. É daí que emerge a dimensão poética, lúdica, lírica e fantasiosa, mas, também apavorante e cruel de uma história real.

Este imaginário oscila entre a sutileza do mundo infantil e a crueldade de como ele pode ser destruído. Negrinha é um trabalho artesanal, voltado para o preciosismo das palavras, objetos, sons e figurinos, para trazer o cheiro, cor e forma e realçar novas nuances dessa história. O caráter eminentemente interativo sublinha a união proposta entre esses dois tempos: passado e presente.

Uma história de dor e ausências

A peça lança mão de um cenário, que forja um casarão abandonado do fim do século XIX onde vive a Negrinha. A menina mistura as memórias da história de sua vida com fantasias, revelando as contradições de um tempo. A personagem tem afeição pelas cores, em especial pelas cores das pessoas.

É pelo entrar e sair de salas, que a história fragmentada de uma memória infantil vai se compondo, nos detalhes espalhados pelas crianças – grãos, uma boneca, as fitas de amarrar o cabelo. Os detalhes são recriados, presentificando o imaginário de um tempo, uma casa e uma história. Pelas luzes minúsculas de velas cansadas, longínquas, surgem imagens que podem se verdadeiras ou assombrações da mente, de realidades históricas que não rejeitadas.

A Cor do Olhar

A vinda do espetáculo à Natal foi o resultado de uma parceria com a Petrobrás, que está patrocinando a circulação de Negrinha pelo nordeste, mas também marca a série de eventos culturais promovidos pelos alunos do Curso de Tecnologia em Produção Cultural do IFRN, no projeto chamado “A Cor do Olhar”, que engloba exposição fotográfica, workshop, oficina, debate e apresentação de espetáculos teatrais. As atividades terão início hoje, às 9h, com a Exposição Fotográfica “A multiculturalidade através das cores”, do paraibano Carlos Cartaxo. A exposição, composta por 30 imagens, possibilita uma análise comparativa do Nordeste com um país africano através de uma ótica multicultural, geográfica e histórica e ficará aberta a visitação até o dia 8 de agosto, sempre das 08h às 21h.

Às 20h, o espetáculo Negrinha será apresentado a um público composto por integrantes de comunidades quilombolas e outros convidados. Negrinha será reapresentado gratuitamente amanhã e sábado, às 20h. Os ingressos devem ser retirados até uma hora antes do espetáculo.

A atriz Sara Antunes promove o Workshop “Ator, um autor de seu tempo”, que acontece amanhã, das 9h às 13h. As inscrições são limitadas e devem ser realizadas pelo e-mail centroculturalifrn@gmail.com.

A programação do evento, também contempla a oficina de “Teatro do Oprimido”, realizada amanhã das 13 às 17h (inscrições limitadas pelo e-mail centroculturalifrn@gmail.com) e Teatro Fórum com grupo “Filhos da Terra”, também amanhã às 19h. A retirada de ingressos acontece no local, até uma hora antes da peça.

NEGRINHA MACEIO

http://www.tjal.jus.br/portal/index.php?pag=verNoticia&noticia=2802